O sinônimo da vida é mudança. Mas existe um sentimento que julgo ser diferente do resto quando o assunto é esse. Julgo e acredito que possa ser diferente. O amor. Não o controlamos mas temos motivos para fazê-lo continuar intacto durante os anos que se passam. Creio que é assim que sobrevive um amor de mais de cinco décadas, sem mudanças, apenas crescimentos. Devemos sempre nos lembrar dos motivos e dos porquês de sermos apaixonados pela outra pessoa, nos lembrar do exato momento que borboletas começaram a bailar em nossos estômagos, em que nos demos conta que estávamos de mãos dadas com esse sentimento maravilhoso. Nos lembrar os motivos que nos deixam tão juntos, tão unidos e tão felizes ao lado da pessoa amada por tanto tempo. Seria o amor verdadeiro esse que dura e seria o amor “falso” o que não dura? Seria a alma-gêmea encontrada e a alma-gêmea confundida? Pode até ser, mas isso também depende de nós. Você não pode fazer seu jeito se tornar irreconhecível aos olhos da pessoa pela qual se apaixonou por você, tem que haver um equilibro nessas mudanças. Você sempre deve deixar um pouquinho do seu-antes com o seu-novo, um pouquinho que fará a pessoa pela qual é apaixonada se lembrar dos motivos pelo qual se apaixonou por você, fazendo assim, criar vontade em querer conhecer os novos gostos, desejos e opiniões que foram adicionados ao seu eu. É simples de entender e é simples de colocar em ação, basta querer continuar, basta querer amar e ser amado. Ame e seja feliz, é o melhor que a vida nos permite ter. Não sou especialista, mas isso deu certo nos últimos 65 anos da minha vida.
— Por Catarina, 90 anos, casada e apaixonada pelo mesmo homem durante 65 anos, na pobreza e na riqueza, na saúde e na doença, até que a morte os separou.

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